Infla as cortinas como balões
Velas de um barco sem mastro
Nenhuma direção
À deriva
Em mar aberto
Cortinas respiram
Vivas
Dançando
Caótico ritmo
Constante bruma
Faz flutuar paradas
Como as asas delicadas de um pássaro
Ilusão
Logo lançadas feito labaredas
Simultaneamente sugadas pela fresta
O rápido instante em que abre um paraquedas
O quarto pulsa
Entre claridade e escuridão
Apagar e acender
Cores e sons
O quarto inspira
Mas tudo quer expirar
Pulmão
Coração
Átrios
Ventrículos
Alvéolos
Sintonia perfeita
O ar que entra no peito
O sangue que pulsa
Pulso
Sol que cobre a cortina
Mosaicos flutuantes
Escorrem para o chão
Molas em xadrez
Leves
Um sopro rompe o átrio
Um infarto descortina a fresta
Recorte de céu azul quadrado
Pelo losango da grade branca
Delimitando o céu infinito
Avisto nuvem em forma de ave fênix
Logo o vento desfaz
A cortina fecha
Passou
Outro vento vem...